sexta-feira, julho 01, 2011


I’m not as strong as I intend to be... actually I pretend to be a lot of things. I feel safe that way. But it hurts. It hurts to know people and things can really affect me.

I realized I need something. I used to give my life to be the best in everything I proposed to do. I’ve lost a little bit of the shine of my own life…

I realized I need someone. Not anyone or those who seem that they don’t care at all, and come to me just when they need me. I need someone that has chosen to be there, who has no problems or excuses, someone to be true.

I need peace. I really need inner peace just to calm down my soul, my spirit or whatever it is called. I need to get back all I have left behind and was good. I can’t keep doing this and pretend it’s ok when it’s not.

terça-feira, outubro 12, 2010

Letter to an unknown love

My Love,

I’m thinking about you today, as I do every night. I don’t know where you are now, but inside of me. I need you now, I’m kind of lost here, so many things going on and I know you are the only one that can understand me, hold me into your arms and make me forget it all.

I was wondering… we could runaway. We already have the money, we have our own lives, let’s get all that and just run, run to another country. England, Poland, Netherlands, maybe New Zealand or Bangladesh, you choose! I just can’t keep here, not that way, not without you.

I know it’s wrong, our love is forbidden, unknown, hidden! But what can I say? If you are not here right now, it’s your fault, it’s our destiny and we must change it. I’m confused, you know.

I claim for you and I feel you in every touch, in every smile, in every single kiss. But it’s not you. And every time I think you are near, it’s when you are even further. What can I do if I keep waiting and desiring you?

I’ve already had you in so many faces I can’t count, but all I really know is that I’ll recognize you everywhere I go, anywhere you are.

So, all I can assure you is that I love you, even though I don’t know you yet.

terça-feira, setembro 07, 2010

...

Houve um tempo em que achei que havia algo de errado comigo. Era algo que eu não controlava, mas ainda assim eu me sentia culpado e sujo. Impuro. Toda vez que eu pensava num garoto, logo depois vinha aquele sentimento ruim, como se algo estivesse errado, como se aquilo fosse errado. Não sei se posso culpar minha criação, já que nunca fomos católicos praticantes nem nada parecido, mas essa questão sempre esteve presente em minha vida.

Lembro-me da primeira vez que toquei um garoto e deixei-me ser tocado. O momento foi eletrizante, novo, bom e arriscado. No momento seguinte a sua partida, minha alma se partiu e eu me ajoelhava, chorava olhando para o céu e pedia perdão. Perdão por ser o que eu era, por ter sucumbido ao que todos chamam de pecado. Aquela foi a primeira vez, mas não a última que me martirizei por isso. Lembro-me, nos momentos de maior angústia, de apertar meu próprio corpo com os braços como se pudesse extrair de mim todo esse sentimento, essas impulsões que me levavam à perdição e ao que eu não entendia.

Depois de um tempo, sempre escondido, eu lia livros da minha mãe na tentativa de achar uma explicação, uma saída. Todos os que tinham em seus títulos “sexo”, “adolescentes” e qualquer outro nesse sentido, eu buscava ali uma forma de entender o que se passava comigo. Confesso que não foi totalmente inútil, mas meu maior problema não era conhecer e sim aceitar.

Isso demorou um bocado, já que nessa época eu tinha por volta dos 12 anos. Infelizmente, a vida não me reservou momentos muito fáceis nesse trajeto e eu, que já estava perdido em minhas próprias dúvidas, me vi sozinho e sem saída. Aos 16 anos, por mais que eu achasse ter me encontrado, no fundo o velho problema persistia. Eu não mais suplicava por perdão por não poder controlar meus impulsos e pensamentos, mas isso não significava que aceitasse aquela situação. Foi nesse momento que minha única válvula de escape pareceu ser a morte. Naquele momento era sofrimento demais para que eu pudesse controlar ou entender, tudo parecia contribuir para que eu não fosse mais além. Não queria mais sentir aquilo e eu me sentia sozinho no mundo. Tinha medo. Eu, que sempre fui doce, educado, esperto, o pequeno grande exemplo, estava perdido, me sentia errado, sozinho e não-aceito.

A decisão não foi difícil, mas o resultado disso me rendeu anos de sofrimento ainda maior. Eu era incompreendido e não podia admitir, principalmente a mim mesmo, o real motivo de tudo aquilo.

Hoje eu sei que eu mesmo poderia ter facilitado minha vida, mas eu era muito novo e inocente, pouco confiante e inexperiente. Ainda hoje eu tenho algumas dificuldades em me aceitar. É difícil me fazer andar de mãos dadas com um garoto ou cumprimentá-lo com um beijo num meio não-gay. Eu mesmo criei essa barreira e tenho tentado mudar isso. Dei-me conta do quanto isso é ruim não só para mim como para aqueles que eu amo quando, semanas atrás, um garoto dos mais dóceis e espontâneos foi se despedir de mim na frente da faculdade, olhando nos meus olhos e esperando, como em nossos cumprimentos, que eu o beijasse no rosto e eu, mecanicamente, a me ver rodeado de pessoas, possivelmente héteros em sua maioria, o estendi minha mão. Não me sai da cabeça o olhar de decepção dele, não sei o que passou pela sua cabeça naquele momento, mas no instante seguinte seu que ecoava na minha “idiota”... Até quando serei assim? Até quando me privarei de ser eu mesmo e aos outros de poderem se aproximar de mim sem que eu me esconda atrás de uma barreira e me feche como uma ostra?

São 22:22 (alguém está pensando em mim) e eu ainda não sei como mudar isso. Não é fácil já que desde sempre eu me puni e me policiei para evitar certas atitudes a fim de manter uma mínima imagem de garoto convencional. Afinal, eu preciso ser como a maioria? Preciso me portar de certa forma, pensar de certo jeito e evitar tudo que eu sou apenas para não ser taxado de diferente? E essa não é uma diferença qualquer, não é como se eu não tivesse cabelo ou tivesse alguma deficiência, isso vai além de tudo isso ou talvez seja mais simples. Ainda não descobri como é, como funciona, mas eu aprendi que às vezes eu preciso deixar de lado tudo isso e apenas viver como eu gostaria.

As últimas semanas têm sido mais suaves, eu tenho sido menos duro comigo mesmo. Tenho me permitido mais, tenho ficado mais o garoto que possivelmente decepcionei. Tenho me importado menos com o que estejam pensando por eu andar com ele ou se estão olhando quando estamos juntos e ele beija meu rosto ou acaricia meu cabelo. Para alguns isso pode ser algo tão banal, mas para mim isso significa muito, é como se pela primeira vez eu conseguisse alcançar um grau de satisfação pessoal e de liberdade que me foi privado durante tantos anos de minha vida.

Creio que toda essa reflexão tirou-me um grande peso das costas. Foi difícil admitir certas coisas, mas eu estou disposto a fazer certo agora. Sinto, talvez numa das poucas vezes, que está é uma boa escolha. Afinal, o que teria de errado em ser eu mesmo?

sábado, junho 19, 2010

Estou doente. E desta vez não é alusão, metáfora, exagero ou coisa da minha cabeça. Antes fosse.
Pior que estar doente é não saber ainda do que e ainda ter chances de ser o pior. Confesso que dessa vez eu sinto medo, de verdade. Noites mal dormidas, lágrimas.
Até mesmo o exame (ou talvez o resultado) me deixam com medo do que virá. Tudo que eu sinto é dor, que vai e volta... e o sangue. Que não seja o pior e que meus genes não me tragam isso, não isso.
Enfim, precisa expor o que me aflige quando o único que sabe, não pode estar aqui comigo.

segunda-feira, maio 24, 2010

Eu estava sentado na cama, com as costas na parede, de forma displicente e o notebook em meu colo. Além do aperto de mão, aquele seria o primeiro contato físico próximo que tivemos...
Ele sentou-se ao meu lado e encostou-se em mim para ver o que se passava na tela. O toque das pernas dele, nuas do joelho pra baixo, me fizeram sentir aquecido. Não, não só o corpo, mas a alma, o coração.
Perdi as contas, naquele dia, dos toques que me iludiam. Ou talvez minha mente só processasse o que eu quisesse.
Perdido, toquei seus sedosos cabelos de modo tão carinhoso. Eu sorria. Difícil? Quase impossível hoje.
Aquela noite teria sido a melhor, mas não foi como esperava. Na chuva gelada, viemos embora. Tudo que eu queria dizer era "me aqueça", mas não ousei dizer nada. Mais uma vez, sentados lado a lado, rumando para casa, estávamos juntos e eu pude sentir o calor de seu corpo. Por aquele momento, que poderia ter durado para sempre, eu tive o que queria. Não precisava de beijos ou carícias, nem de seu corpo nu contra o meu. Eu só precisava daquele contato, dele.
No fim, houve um abraço de despedida, naquela noite.
Desde então, tudo que faço é esperar o momento em que poderei sentir novamente o calor de seu corpo e, finalmente, sorrir uma vez mais.

domingo, maio 16, 2010

Bom, decidi postar esse texto que escrevi há uns meses. Em fevereiro, pra ser mais exato. Eu acho esse texto bem expressivo e como me disseram já eu criei "vida" nele. Enfim, não tenho um motivo muito exato para postá-lo além de eu gostar desse texto. Eu podia ter postado antes, na verdade, quando ele faria mais sentido, mas de qualquer forma a finalidade do blog é colocar o que escrevo e penso.

Promessa...



Era inverno, o sol mal aparecia por entre as nuvens, o vento batia forte contra meu corpo, como se quisesse rasgar minhas roupas ou simplesmente me mandar pra longe daquele lugar. Minha vontade era maior. Não me importava com o frio, ainda que nem mesmo aquele moletom me fazia sentir aquecido. Fui andando pela rua de pedras até chegar ao mar. Sentei-me na mureta, ao lado da casa de vidro. Anos que não freqüentava aquele lugar que tanto preencheu minha infância, que guardava parte de minha puberdade, o início da adolescência. E lá estava eu novamente, mas desta vez sozinho. Sem família, sem amigos, sem amores, apenas eu e o vento e o mar que quase chegava onde eu estava, ilusoriamente seguro.
Só eu sabia por que estava ali. Arranjara uma desculpa esfarrapada para me refugiar ali enquanto todos festejavam as férias do meio do ano. Eu precisava estar ali, parte de uma promessa. Promessa que eu fui incapaz de cumprir e isso me doía, ainda que tivesse passado um bom tempo. Na verdade apenas queria me sentir mais próximo dele... Não era o mesmo lugar, nem sequer era parecido. A areia era mais escura, mais espessa, nem a água era tão clara. Ainda assim não hesitei, tirei meu tênis, a meia, desci da mureta e comecei a caminhar naquela areia, sem rumo.
Não era a primeira vez que me refugiava assim apenas para me sentir próximo. Incansáveis vezes me vi desviando de meu destino para admirar um quadro numa loja, numa casa, num escritório. Por incontáveis vezes, me vi preso numa exposição de artes, olhando distraidamente para aqueles quadros que, para mim, só significavam uma coisa... aquele que um dia eu deixei.
Me lembrava de como me fez ver a arte com outros olhos, de como mudou minha vida com seu jeito sutil, mas ao mesmo tempo imperativo. Ele tinha tudo o que desejava e eu não me importava, gostava de ceder, apenas para agradá-lo. Foram muitos os breves momentos... eu sempre retornava, por ele, por mim, para ele. Um dia eu não retornei. E a cada dia, semana, mês, mais difícil se tornava retornar. Já não me recordo mais porque o deixei sem notícias, sem meus retornos, sem minha presença.
Agora esse sentimento me consumia. Parei no meio do nada, nem sinal de pessoas ou qualquer vida que fosse. Minhas reflexões e lembranças me fizeram perder a noção de tempo e espaço e lá estava eu, em frente àquele mar que não era o nosso, pisando naquela areia que não nos era familiar. Eu enganava a mim mesmo. Ele estava mais perto de mim, mas eu não estava perto dele. O quanto isso devia doer nele?
Me aproximei da água, molhando meus pés. Abaixei-me, molhei minhas mãos, pedi licença como ele havia me ensinado. Era tão natural como certas coisas me traziam de volta àquele tempo, era simplesmente surreal demais pensar que tudo aquilo se fora...
Deitei-me na areia, os braços apoiando a cabeça, de forma displicente, olhando para o céu nublado. Chuva. Não demoraria a cair, mas eu não tinha forças ou vontade de sair dali. Engraçado, chuva também me lembrava ele.
Gotas grossas caíam em meu rosto e em meu corpo e tudo que fiz foi fechar meus olhos. Lembrava de seus toques, ora intensos, ora tão suaves que me fazia arrepiar até a nuca. Senti seu cheiro se aproximar, o calor do seu corpo repousando ao lado do meu e o cheiro de sua pele mais forte, o mesmo que me enlouquecia. Abri meus olhos, ele não estava lá, mas seu cheiro não se extinguira. Meu corpo já tremia de frio, molhado, mas eu estava certo de apenas uma coisa... precisava dele.
Retornei à casa, dei apenas um aviso “não me esperem”. Peguei a chave do carro, dei partida e fui. Não me importava muito com limites de velocidade. Há coisas que não podemos esperar. Essa era uma delas. Estava distante e precisava chegar logo. Anoiteceu e eu permanecia na estrada, a paisagem passava despercebida ao meu redor, apenas via meu destino.
Próximo já de meu destino, retirei o celular do bolso. Seu número ainda constava ali. Liguei. Dois toques e nada. Três. Quatro e então meu coração parou com seu “alô”. Meu corpo estremeceu. Eu apenas disse “estou voltando...”. Houve silêncio e um soluço, não sei se de mágoa ou alívio, mas de alguma forma houve um sorriso.
Sentia meu peito apertar, o ar me faltava em demasia e de repente, o que foi um soluço dele agora era meu, ainda com o celular em minha mão, enquanto dirigia, não conseguia pensar em mais nada, a não ser no que tinha causado. Foi inevitável e não sei quando aconteceu, mas as lágrimas escorriam sem qualquer vergonha, ele me dizia que fazia bem. Meu rosto já estava vermelho e meu peito arfava em busca de ar, de alívio. Tocava “Walking After You” no rádio e eu prestava atenção em cada frase... “if you walk out on me, I’m walking after you / se você andar para longe de mim, eu estarei andando atrás de você”
Minha visão estava embaçada, via apenas a estrada a minha frente, levemente borrada, a encosta de um lado, do outro um monte verde e suas árvores. Pisquei por um segundo ou mais, tudo que me lembro são sons, buzinas, vidros quebrando, algum grito e o metal amassando, meu corpo quente e úmido.
Ali estava eu, a luz branca sobre meu corpo inerte, uma mão sobre a minha e sua cabeça repousada ao lado, os olhos inchados Sim, era ele. Me aproximei e sentei-me na borda da cama. Ele sabia que eu estava ali e levantou a cabeça. Estava tão lindo quanto eu lembrava que era. Toquei sua mão e ele se arrepiou. Aproximei-me um pouco mais e sussurrei “voltei para você”. Ele esboçou um sorriso, mas ele sabia que mais uma vez eu precisava ir e fui, não sem antes poder vê-lo se debruçar sobre meu corpo, soluçando, o quarto se enchendo de pessoas, todas de branco. Tudo estava ficando distante, mas eu me sentia leve, havia cumprido minha promessa...

Você percebe que se perdeu quando nem mesmo se dá conta que foi além de seus limites e então afunda, muitas vezes, sozinho.

sábado, maio 15, 2010

Todos os dias, a mesma cidade.
Olho em volta e nada muda.
As pessoas nem sempre são as mesmas, mas eu sim.
Me sinto sufocado, preso, caindo.
Sei para onde vou, mas não sei como vou.
Não é o que quero e isso me consome.
Mais uma vez me vejo perdido quando deveria estar feliz.
Me falta algo ou há algo que me impede de seguir.
Não posso desistir, mas não posso ficar.
Mais uma vez me fecho dentro de mim para que não vejam meus temores.
Uma vez mais eu preciso sozinho sair, mudar, desistir e conquistar.